E afinal, quais os tipos de introdução alimentar?
- Coisa de Nutri
- 21 de mar. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 1 de ago. de 2022

A introdução alimentar é um assunto em evidência, pois hoje existem algumas alternativas para a mãe optar. Muitas vezes, quem escolhe é o próprio bebê, podem acreditar 😊.
Mas enfim, a questão é que da época das nossas mães para cá, houveram muitas mudanças significativas.
Essas mudanças são evoluções, pois vieram para melhorar todo o processo. Uma delas é a eliminação do famoso suquinho de laranja lima. E outros sucos.
Os sucos possuem alto índice glicêmico, que é uma sobrecarga de açúcar no organismo. Bem desnecessária principalmente para os bebês. Nesse caso, a frutinha é muito melhor comparada ao suco pois apresenta fibras, preserva os nutrientes, além de não elevar o índice glicêmico.
Outra mudança significativa foi a evolução das consistências. Antes o bebê ingeria a papinha batida no liquidificador até um ano. Hoje a recomendação é que os alimentos sejam trituradinhos e/ou amassados no garfo e que haja uma evolução da consistência gradativamente, até que o bebê complete um ano e comece a se alimentar com a refeição da família.
Isso favorece o desenvolvimento do sistema buco maxilo, contribuindo na mastigação, na evolução da fala entre outros.
Existem três tipos básicos de introdução alimentar para os pequenos: Introdução Alimentar Tradicional, BLW (Baby Led Weaning) e a Participativa.
Vamos falar um pouco de cada uma.
A Introdução Alimentar Tradicional inicia-se a partir dos 6 meses, com evolução gradual das papinhas.
O adulto é o controlador e regulador, ou seja, o bebê não tem autonomia.
São os pais que vão colocar os alimentos na boca dele, incentivando-o a comer.
Já na BLW (Baby Led Weaning = introdução alimentar guiada pelo bebê) o bebê tem autonomia para decidir quando começa e quando termina todo esse processo, e a alimentação é baseada nos seus instintos inatos e na sua capacidade de auto-regulação.
Sugere-se que os alimentos sejam oferecidos para os bebês maiores de 6 meses, em forma de pedaços maiores e cozidos, possibilitando que eles exercitem as suas escolhas e comam sozinhos com as mãos.
O adulto tem apenas o papel de ser o responsável por disponibilizar os alimentos saudáveis nos tamanhos e consistências adequadas e supervisionar a refeição.
Esse método é bem inovador e bastante utilizado na Europa e Estados Unidos.
E na Introdução Participativa, o bebê é agente ativo do processo de introdução da alimentação, ainda que recebendo alimento de um intermediador.
Dessa forma, a alimentação passa a ser assistida e não passiva.
Assistida pelos adultos, que intermediam as preferências do bebê e o auxiliam motoramente, enquanto ele não adquire habilidade e eficiência na ingestão adequada de nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.
Os alimentos são oferecidos tanto em forma de papinha dada com a colher, como em pedaços maiores para serem segurados pelo bebê.
Nós enquanto nutricionistas (e mães) acreditamos que podemos mesclar alguns pontos da Introdução Participativa com outros pontos da Introdução BLW e assim chegamos a uma introdução super bacana, moderna e nutritiva.
Sendo assim, a nossa recomendação como um mundo ideal está nos pontos abaixo:
1 – Encare como um momento novo. A introdução alimentar, como o próprio nome já diz, é apenas o começo de tudo. É muito novo para ambos (pais e bebê) e cada um tem seu ritmo, seu tempo. Deve haver muita paciência, respeito e abertura para aprendizado e evolução.
2 – Opte pela introdução que combina com seu estilo.
3 – Ensine seu bebê “a se alimentar bem”, não apenas “o alimente”. Esse é nosso lema. Estaremos iniciando a formação de um novo paladar, para isso capriche nas variedades, cores, sabores, texturas e aromas.
4 – Faça um ciclo de evolução até um ano. Faça uma evolução das consistências para que ele desenvolva o sistema buco maxilo e vá criando a aptidão da mastigação.
5 – Incentive o paladar. A partir do oitavo mês, ofereça os alimentos separadamente. No mesmo pratinho, porém em mini porções. Justamente para que haja esse conhecimento separado de cores, texturas, sabores e consistências.

6 – Faça variações de sabores. Não tema em oferecer alimentos mais amarguinhos, mais azedos! Claro que não precisa oferecer um limão puro! rs. Mas apresente todas as possibilidades para que o paladar se abra, e não fique apenas no básico.
7 – Dê também autonomia para seu bebê. Enquanto você o alimenta, dê nas mãos dele os palitinhos de legumes macios. Na hora da frutinha, de os pedaços da fruta na mãozinha dele ou mesmo meia laranja sem caroços. Essa autonomia é muito bacana, aproxima os bebês dos alimentos e eles amam!
8 – Os bons hábitos à mesa ... podem ficar para mais tarde. Não se estresse (tanto ... rs) com a sujeira e bagunça. Faz parte e “se sujar faz bem”, além de promover e estimular os primeiros contatos do bebê com o alimento. Aos poucos, com o tempo você vai ensiná-lo os bons hábitos à mesa.
9 – Lembre-se: não é a sua alimentação. Açúcar, sal e industrializados (entre outros) são proibidos além de desnecessários! O paladar do bebê não é o nosso, eles não vão sofrer sem sal ou açúcar, mesmo porque não conhece estes sabores.
10 – Atenção: Supervisão em tempo INTEGRAL no momento de qualquer alimentação é fundamental. Não apenas pelos engasgos, mas por observar possíveis alergias com determinados alimentos.
Enfim, faça sua escolha e siga em frente. Boa sorte e aproveite esse momento tão cheio de descobertas e conquistas!
Beijos
Cami e Gabi
Proprietárias da Consultoria Coisa de Nutri
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